Teve uma vez, que estávamos eu e meu tio (que tem pouco mais de 2 anos que eu), na Av. São Jorge da vila Py Crespo, tínhamos acabado de sair da padaria. Eram dois sacos de pães, o primeiro com 10 unidades de cacetinho (pão frances), o segundo com 5 unidades, como todos sabem, o homem que carrega o saco maior é o mais poderoso, por isso ao sair do portão da padaria uma pequena tenção ficou pairando no ar por cerca de 5 segundos, cada qual tinha que carregar o saco com 10 pães, entretanto não podia deixar transparecer isso para o outro. Quando a situação ficou insustentável a batalha foi travada, primeiramente com ações evasivas de tentar carregar o saco grande, pequenos puxões dissimulados e risadas amistosas. Qual não foi a minha surpresa quando vi que o saco contendo 5 pães estava na minha mão e o meu tio corria em direção a esquina da rua Raul Pompéia em poder do saco com 10. Larguei em disparada atrás do objeto da discórdia, pois já tinha virado, não mais uma questão de disputa de poder, mas uma questão pessoal.
Quando ele fez a curva da esquina eu já havia percebido que não o alcançaria mais, entretanto corri como um atleta que em último lugar, vê os outros competidores cruzarem a linha de chegada, mas não desiste da prova para manter a honra. Corri até também dobrar a esquina, foi quando percebi que meu tio já quase alcançava o meio da quadra, percebi então que teria de trocar de tática.
O que eu consegui pensar para uma nova tática nesse pequeno período foi: sentar e chorar! Mas da minha raiva surgiu a nova solução, chorando e ainda com o saco de 5 pães na mão, de raiva, eu batia com a sacola no chão. A minha surpresa se deu quando os pães começaram a sair por um rasgo decorrente desta ação.
“São dos piores momentos que surgem as melhores ideais”. Neste momento, montei a melhor artilharia que a Zona Norte já viu! Usando os pães de bomba e, os meus pequenos braços de catapulta, arremessava-os contra o inimigo. As lágrimas viraram incentivo para os arremessos.
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